31 de julho de 2015

Entre a briga política, monges e os primeiros e eternos amores


Ultimamente tenho conseguido colocar nos dois blogs (neste e no Impressões) uma média de um artigo semanal em cada um. Normalmente às sextas-feiras.
Já houve épocas melhores. Era só este blog, mas nós colocávamos - eu e o Felipe - até três temas por dia.
Aí houve uma paralisação devido à falta de tempo e aos poucos estamos retomando o ritmo. O que não quer dizer muita coisa.
Poderemos voltar a produzir profusamente ou dar outra parada, talvez até mais longa ou definitiva. Coisas dos nossos tempos.
Nossos 17 leitores já sabem disso e tem muitas outras leituras interessantes na grande rede. Se estamos aqui é porque gostamos e agradecemos a atenção. Embora nem sempre merecedores dela.
Hoje baixou aquele animal político e vim disposto a recordar os bons e difíceis tempos em que o blog assumiu a posição de defender a eleição de Lula e depois de Dilma. Retomar a temática de forma atual, das operações policialescas, de advogadas que abandonam casos, de estranhos presidentes das câmaras, da "alta" mídia mais suja que pau de galinheiro manipulando notícias, etc.
Mas mudei radicalmente de ideia quando comecei a escrever e um mal estar estomacal começou a remoer as entranhas.
Bem, resolvi então baixar o biorritmo. 
Talvez esteja precisando de um banco em frente a um lago com muito verde ao redor.
Falar do que então? Algo que me dê uma calma necessária neste momento.
Ultimamente ando com o objetivo de reler dois livros de origem oriental que li há muuuuitos anos. São eles "Autobiografia de um Iogue" e "O Livro Tibetano do Viver e Morrer". Resolvi então escrever sobre eles. Aí o problema: na verdade preciso retomá-los antes para relembrar tudo e só depois fazer uma resenha que mereça ser lida.
E aí... Não é que o acaso mais uma vez ajudou?! Não é que tenha descoberto um belo texto sobre os citados livros, isso ainda vai ficar para depois, mas dando uma passada nos escritos do escritor cubano Fabio Hernandez (já citado no blog) achei um artigo onde ele usa livros de monges para falar de outro tema para mim também muito interessante: o primeiro amor (e por conseguinte a paixão de forma geral).
E ele vai (da mesma forma) pelo caminho de dois livros "espirituais", embora não sejam esses que eu comentei.
Reproduzo parcialmente a sua deliciosa crônica, que pode ser conferida na integra aqui.
E fico devendo duas coisas: a retomada da briga política (se minha gastrite deixar) e o sentido da vida, via Oriente.
 
O Primeiro Amor
(...) "Agora confesso que esqueci por que falei em Sêneca e no esforço inútil despendido em leituras inúteis. Ah, lembrei. É que no esforço de seguir o romano genial eu passei a me concentrar em alguns autores, não numa infinidade. E tirei de minha vista a montanha de livros que me trazia tanta ansiedade. Entre as minhas poucas e constantes leituras estão dois escritores “espirituais”. Um deles é o monge católico Thomas Merton, já morto. O outro é o monge zen Thich Nhat Hanh, um vietnamita que ergueu uma comunidade budista num lugar retirado na França.

Citei ambos porque, em livros que escreveram, eles trataram de um assunto que é único, vital, indelevelmente marcante na vida de um homem: o primeiro amor. É quando descobrimos que não somos mais crianças. É quando descobrimos que existem outros prazeres além da bola de futebol e do videogame.

E é quando descobrimos também o quanto a alegria está conectada à tristeza. O quanto a euforia está próxima da angústia. Um telefone que toca com a voz de quem você deseja ouvir. E então é o êxtase. Um telefone que teima em ficar silencioso, cruelmente silencioso. E então é a agonia. Você é um antes do primeiro amor. E outro depois. Os beijos. O adeus.

(E então me ocorre aquela linda canção chamada Crying Game, que deu nome ao polêmico filme. “First there are kisses/Then there are sighs/And then before you know where you are/You’re saying goodbye”. O sentido é a fugacidade da paixão. A impermanência, como dizem os budistas. Quem sabe um dia o Mantraman me diga palavras de conforto em relação à revolta ingênua que sinto contra a impermanência).

Merton, em sua autobiografia, nota algo que eu nunca tinha pensado. Somos tão jovens, tão frágeis quando aparece pela primeira vez em nossa vida aquela onda avassaladora que é o primeiro amor. Tanto impacto e somos tão indefesos. Merton se apaixonou antes de virar monge.

Thich Nhat Hanh, num pequeno e belo livro chamado Cultivando a Mente de Amor, confessa a paixão que o tomou quando, jovem monge, conheceu uma monja. Ele diz que decidiu falar desse amor para ajudar outros monges que por acaso enfrentem a mesma situação.

Pelo lirismo inspirado, transcrevo um trecho em que Thich Nhat Hanh fala do objeto de seu amor: “O comportamento dela como monja era perfeito – a forma de se mover, de olhar, de falar. Ela era tranquila. Jamais dizia alguma coisa, a melhor que lhe perguntassem”. Mais adiante, ele compara seu amor a uma tempestade pela qual ela e ele tinham sido apanhados sem saber como. E também sem saber como escapar.

Num capítulo intitulado “A beleza da primavera”, Thich Nhat Hanh faz um convite ao leitor. “Por gentileza, pense no seu próprio primeiro amor”. Faça-o devagar, visualizando como aconteceu, em que lugar foi, o que lhe trouxe naquele momento. Relembre essa experiência e observe-a calma e profundamente, com compaixão e entendimento. Você descobrirá muitas coisas que não notou naquela ocasião”.

E então aceito o convite do monge zen. E penso nela. Nos olhos verdes. Na pele suave como um pêssego. No sorriso meigo e constante. No telefone que tocou e trazia a voz dela para dentro de minha casa e de meu coração. No vestido azul e amarelo que usou quando saímos pela primeira vez.

No primeiro beijo.

E então penso na tempestade (para usar a expressão de Thich Nhat Hanh) que se seguiu. Deus, que tempestade. Mas quanta poesia, quanto calor, quanto ensinamento se escondia naquela torrente de água ao mesmo tempo tão sofrida e tão gloriosa."
Por Fabio Hernandez

24 de julho de 2015

O pensamento de Alan Watts


Eu não conhecia o filósofo Alan Watts, até ver um pequeno vídeo de animação contendo uma de suas visões acerca da vida.
A bem da verdade não posso dizer que conheço ainda, uma vez que não li nenhum livro de sua autoria até o momento.
No entanto resolvi procurar mais algumas coisas dele, pois aguçou minha curiosidade.
Talvez a sua principal característica seja o de buscar traduzir - do Oriente para o Ocidente - visões milenares sobre a existência, diferentes de como a vemos por aqui.
Outros, procedentes sobretudo de filosofias budistas, taoistas e hinduístas, já fizeram isso, com a diferença que Watts era britânico e não oriental.
Divido com vocês um pouco do resumo de algumas de suas formas de analisar o nosso dia a dia. Mas isso é só uma pequena parcela de sua obra que merece ser conhecida e confrontada com o que estamos acostumados.

Wikipedia: "Alan Wilson Watts (Chislehurst, Inglaterra, 6 de Janeiro de 1915 — Baía de São Francisco, 16 de Novembro de 1973) foi um filósofo, escritor, orador e estudante de religião comparada britânico. Ficou conhecido como um intérprete e por popularizar filosofias da Ásia para o público ocidental.

Escreveu mais de vinte e cinco livros e muitos artigos sobre assuntos como identidade pessoal, a verdadeira natureza da realidade, alta consciência, sentido da vida, conceitos e imagens de Deus e a busca da felicidade. Existe uma reportagem e uma entrevista com Allan Watts, publicada no Brasil, com o título "Formar um novo Homem" na revista Planeta, número 08, de abril de 1973."





Mais um pouco do pensamento de Alan Watts:

"O sentido da vida é estar vivo. É tão claro, tão óbvio e tão simples. Mesmo assim, todo mundo não para de correr em pânico, como se fosse necessário conseguir alguma coisa além de si próprio."

“Nós vivemos em uma cultura totalmente hipnotizada pela ilusão de tempo, na qual o chamado presente é sentido como uma pequena linha entre o ‘todo poderoso’ passado causativo e o ‘absurdamente importante futuro’. Não temos presente. Nossa consciência está quase completamente preocupada com memórias e expectativas. Nós não percebemos que nunca houve, há, ou haverá qualquer tipo de experiência além da experiência do momento. 
Portanto, nós estamos fora de contato com a realidade. Nós confundimos o mundo como ele é falado, descrito, e mensurado com o mundo do modo que ele na verdade é. Nós estamos doentes com uma fascinação pelo uso de ferramentas de nomes, números, símbolos, sinais, conceitos e ideias.”

"O homem olha para o mundo exterior para buscar sua salvação; imagina que poderá encontrar felicidade ao possuir algumas de suas formas. Mas não poderá encontrar felicidade nessas formas se não a puder encontrar em sua própria mente, pois é a sua mente que faz as formas..."

"...a moralidade é valiosa quando for reconhecida como um meio para atingir um fim; é uma boa serva, mas um mestre terrível. Quando os homens a usam como serva, ela permite que se adaptem à sociedade, e que se misturem facilmente com seus companheiros e, mais especialmente, permite a liberdade para o desenvolvimento espiritual. Quando ela é o mestre, as pessoas tornam-se intolerantes e puras máquinas éticas convencionais."

"Quanto mais firmemente tentamos captar o momento, para manter uma sensação agradável ou definir algo de uma maneira que possa ser satisfatória para sempre, mais ilusório ele se torna. Costuma-se dizer que definir é matar. Se o vento parasse por um segundo para que pudéssemos capturá-lo, ele deixaria de ser vento. O mesmo é verdade em relação à vida. As coisas e os fatos estão perpetuamente se mudando e se movendo; não podemos reter o momento presente e fazê-lo ficar conosco; não podemos chamar de volta o passado ou manter para sempre uma sensação passageira de si. Se tentarmos fazê-lo, tudo o que teremos será uma recordação; a realidade não está mais lá e nenhuma satisfação pode ser encontrada nisso."



23 de julho de 2015

Nostalgia, por Luiz Carlos Maciel

Reproduzo a seguir um post que contém uma crônica de Luiz Carlos Maciel, chamada "Nostalgia".
Este post foi publicado aqui mesmo, em 06 de fevereiro de 2011 (o tempo passa rápido...).
O motivo porque eu resolvi repeti-lo vocês encontrarão em outro blog (Impressões), no post "Um intelectual brasileiro de 77 anos que procura trabalho".
Hoje o dia está frio e chuvoso, mas naquele fevereiro era verão e sol. As coisas mudam.

A Nostalgia, Segundo Luiz Carlos Maciel (originalmente editado em 2011)
O domingo amanheceu ensolarado. Belo dia.
Para quem gostar e tiver oportunidade, um bom dia para tomar um banho de mar (ou “banho de bar”). Desde que a praia não esteja tão lotada nem poluída. Piscina pode ser também uma boa opção.
Quem sabe dormir até mais tarde, fugir do calor, ler o jornal dominical, descansar... Para os religiosos, também dia de ir à Igreja.
Dei uma passada rápida aqui no blog porque precisava passar um mail. Não estava nos planos colocar post hoje. Aliás, verão, fim de semana, a assiduidade por parte dos leitores cai naturalmente, certo? Não! Me surpreendi ao verificar que 410 pessoas olharam o blog ontem. Eu e o Luiz Felipe agradecemos a atenção.
Mas - antes mesmo de tomar o café da manhã e depois dar uma passada na praia - o que devo colocar aqui no blog neste domingo?
Pois, não sei como e porque, me lembrei de uma pessoa, um cara muito especial. É em homenagem a ele este post dominical.

O gaúcho Luiz Carlos Maciel (nasceu em 1938 e em alguns de seus livros o Luiz aparece com s) é escritor, filósofo, jornalista (foi um dos fundadores do jornal “O Pasquim”), diretor, escritor, roteirista, crítico musical, etc.
Era chamado nos anos 1970 de “Papa da Contracultura” (ou “Cultura Underground”). Um grande Intelectual. Com I maiúsculo.
Faz tempo que não vejo ele nos jornais, TV, revistas, etc. Só sei que ele mora no Leblon. Mas sempre me lembro de alguns ensaios de sua autoria que li há muito tempo.
Com a Internet ficou mais fácil achar alguns de seus escritos (acho que todos os seus livros estão fora de catálogo) como este sobre ‘nostalgia’ que reproduzo abaixo.
Não sei se esse tipo de assunto interessa mais, neste dias corridos, sem muito tempo para pensar sobre a vida.
É de 1977, mas vai ser atual sempre (independente do interesse despertado). Só gostaria de saber se hoje em dia (com mais de 70 anos) ele mudaria alguma coisa.
É claro que poderíamos atualizar algumas frases, tipo: O que os Beatles, Tina Turner e Pink Floyd tem que o Justin Bieber, Lady Gaga e Restart não tem? : )

NOSTALGIA
Luiz Carlos Maciel (do livro “A Morte Organizada”)
"Dizem que há um clima geral de nostalgia em todo o mundo. De repente, como se tivéssemos ficado cansados das novidades incessantes dos últimos anos, estaríamos parando para lembrar. São numerosos os jornais e revistas, os articulistas e repórteres, que parecem estar tentando nos convencer de que a memória, afinal de contas, é bem mais excitante e divertida que a vida atual. O que tem Humphrey Bogart e Marilyn Monroe que Mick Jagger e Alice Cooper, a julgar por eles, não têm? É difícil saber, considerados apenas os chamados dados objetivos desses nomes e dos fenômenos mais amplos que eles representam. As coisas passam e o mundo muda — isto é tudo. Se, de alguma forma, nos prendemos ao que passou ou pretendemos, periodicamente, retornar a ele, isso deve ser naturalmente atribuído a uma poderosa força psicológica sobre a qual não parecemos ter, ainda, muita clareza. Por que o passado — e não o passado distante, mítico e incognoscível, mais aberto portanto à imaginação, mas um passado que vivemos — nos parece, de súbito, tão atraente e envolto em encanto?
A nostalgia, como fenômeno social, é o produto direto de um certo sentimento do mundo, que se pretende afirmar como dominante, típico de pessoas que ultrapassaram a metade provável de suas vidas. Vivemos sempre no passado ou no futuro; a desatenção nos desvia no momento presente para essas fantasias, sempre imprecisas mas exigentes, sugeridas pela memória e pela imaginação. Os jovens, por exemplo, em sua circunstância biológica, costumam viver o futuro: são, inteiramente, projeto e antecipação. Gostam de previsões, profecias e, mesmo, planos a longo alcance. A imaginação doentia, então, se projeta para diante. Na medida em que a vida passa, porém, o futuro se fecha, as fantasias se desmentem e a imaginação — cada vez mais doentia, pois em geral tentamos curar nossas doenças ingerindo doses cada vez mais altas dos venenos que as provocaram — procura pasto na memória. Frustradas as suas antecipações, o ego sente que está perdido e abandonado à insegurança fundamental da liberdade — que, aliás, só é angustiante em sua ótica deformada, sendo para o homem desperto, ao contrário, fonte de paz e equilíbrio psicológico. Volta-se, então para essas imagens obscuras da memória como se elas fornecessem um atestado da existência objetiva de algum paraíso e seguro que ele, o ego, pudesse dominar. As imagens obscuras, porém, são apenas imagens obscuras, não correspondendo a nenhuma realidade efetiva, e o sentimento que brota então é uma coisa morna e passiva, doce mas triste, aparentemente tranquilizadora mas mortal a que chamamos nostalgia.
A verificação prática é fácil. Todos os objetos da pretensa onda de nostalgia que, segundo certa imprensa, é uma moda atual, são lembranças dos anos cinqüenta, justamente a época em que as pessoas que, agora, estão na metade provável da vida, eram jovens curiosos e abertos ao futuro. O aparecimento de um sentimento nostálgico no mundo, nessa gente, indica, antes de mais nada, que estamos vivendo o momento histórico em que elas viram desmentidas as suas antecipações, frustrados os seus projetos e desmanchado o futuro fictício que elaboraram longamente nas cavernas secretas da imaginação. Por que a nostalgia não se satisfaz com um passado mais recente? Por que não ousa recuar a um passado mais remoto? Não: as explosões nostálgicas fixam-se num recuo de cerca de vinte anos, mais ou menos, ou seja, justamente o período intermediário entre a infância e a adolescência dos que estão nos trinta, nos quarenta, e suas atuais decepções. “Já temos um passado, meu amor”, diz Caetano Veloso em Saudosismo. Essa verificação existencial é o ponto inicial do processo: o passado reaparece a partir do esvaziamento do futuro. Os anos cinqüenta aparecem, imaginariamente, como a perspectiva perdida de um controle ingênuo da realidade, típico da infância e da adolescência — uma ilusão evanescente, é verdade, mas nossa primeira reação ao desamparo é o apego a ilusões — dolorosas ou agradáveis, não importa. Naturalmente, o que se introduz aqui, na vida de um indivíduo, é a própria velhice e a própria morte, disfarçadas nas cores suaves da memória. “Recordar é viver”, dizem as pessoas mais velhas, morrendo sempre mais um pouco — sabendo ou não —, na medida em que se fortalece o apego ao que passou. A nostalgia é uma espécie de nó psicológico. Ela obstrui a atenção ao momento presente, invertendo o sentido original de velhas aspirações — políticas, afetivas, existenciais, etc. Pode ser definida como o momento traiçoeiro de descoberta do passado, uma reversão psicológica de conseqüências mortais para a vida espiritual de qualquer indivíduo ou coletividade. Por isso, as épocas nostálgicas são sempre épocas de poucas perspectivas para o futuro. Quando a sombra das desilusões caem sobre ele, nossa sede insana por segurança e conforto, nossa moleza espiritual e nossa covardia procuram refúgio no passado. Esse sentimento do mundo aparece sempre quando a geração intermediária — sempre influente nos caminhos das coisas — se defronta, afinal, com uma perplexidade insuperável. Norman O. Brown já estudou o fenômeno da regressão psicanalítica em termos de uma nostalgia de uma Idade de Ouro perdida junto com a infância. Resta verificar a medida em que essa nostalgia serve a interesses ideológicos específicos de estagnação da vida que deveríamos permitir que se renovasse sempre. A nostalgia, de que tanto falam os jornais e revistas, não passa de um poderoso instrumento psicológico da Morte Organizada."

17 de julho de 2015

O morto-vivo

Havia programado escrever um texto light hoje no blog do amigo Felipe.
Mas, diante do programado pronunciamento de Eduardo Cunha daqui a pouco na TV e diante dos últimos acontecimentos resolvi postar este texto do jornalista Paulo Nogueira do Diário do Centro do Mundo
Não cabe aqui falar do passado de Cunha, nem de suas "convicções".
Hoje ele "rompeu" com o governo. Mas alguma vez o apoiou?
Segundo ele, governo, Ministério Público, STF, Polícia Federal, etc. o estão perseguindo devido à delação que envolveu o nome dele na Lava-Jato.
Até então ele apoiava a Lava-Jato. Enquanto afetasse apenas supostos aliados do governo. Agora ele diz que a operação é uma farsa. E contra-atacou criando CPIs e fazendo ameaças para o segundo semestre.
Só pergunto uma coisa: esse sujeito ainda tem condições de ser o presidente da Câmara? Se os nobres deputados já estão com a popularidade abalada, imaginem onde ela vai chegar depois das acusações de hoje ao presidente que eles elegeram...


Eduardo Cunha está morto e aqui estão as razões

"Sabe aquele lutador que cisca, cisca, cisca até que leva um golpe na pera e desaba?
É Eduardo Cunha.
O golpe foi o depoimento de Júlio Camargo.
A luta acabou para Eduardo Cunha. Ele está tão zonzo que não percebeu. É como se ele, ainda na lona, dissesse ao juiz: “Tá tudo bem. A que horas começa a luta?”
Se preferirem outra imagem, Cunha é um dead man walking, um morto que caminha, como os americanos chamam os detentos do corredor da morte.
Camargo contou, num vídeo eletrizante de uma hora, o que Eduardo Cunha fez para garantir uma propina de alguns milhões de dólares.
Cunha chamou-o depois de mentiroso. Mas quem vê o vídeo sabe muito bem quem é o mentiroso entre os dois.
Todas as peças se encaixam.
O método do achacamento, por exemplo. Cunha ia triturar a empresa devedora na Câmara se o dinheiro não lhe fosse dado.
Isso bate com uma investigação da Procuradoria Geral da República segundo a qual requerimentos na Câmara para investigar a empresa partiram, secretamente, de Cunha.
Funcionaria assim. Se o dinheiro fosse dado, o trabalho da Câmara não daria em nada. Se não fosse, bem, eis aí a arte do achaque e da chantagem.
Outro delator, o doleiro Alberto Youssef, também num vídeo tornado público, contribuiu para o desmascaramento de Cunha.
Youssef contou que um “pau mandado” de Cunha o vinha intimidando para não falar nada sobre o presidente da Câmara em sua delação.
As ameaças do “pau mandado” se dirigiam à família de Youssef.
Camargo também tocou nisso: o medo que sentia de que sua delação levasse a violências contra sua família.
Você ouve Camargo e Youssef e pensa que se trata do submundo da bandidagem, de organizações como o PCC.
Mas é o mundo de Eduardo Cunha.
Desesperado, ele tentou criar uma notícia para neutralizar o conteúdo devastador do depoimento de Camargo.
É aí que apareceu sua “ruptura” com o governo, como se ele em algum momento tivesse jogado a favor.
Alguns jornalistas embarcaram alegremente no blefe de Cunha. Diego Escosteguy, da Época, o Kim Kataguiri das redações, foi um deles.
Em sua conta no Twitter, ele anunciou, triunfal, o “furo” da ruptura. A notícia de fato importante passou a não valer nada: o vídeo histórico de Camargo. Foi o triunfo do rodapé.
Maus editores contribuem mais para o fim de revistas impressas do que a internet.
Qual o poder de Cunha numa guerra contra o governo?
Alguma coisa muito próxima de zero. Não há nada mais liquidado do que um chefe político liquidado.
Que lealdade alguém como ele, cercado do que há de pior em termos de caráter, pode esperar dos deputados que controlava agora que está numa encrenca pesada e já não tem nada a oferecer?
Um sinal disso veio quando o PMDB, em nota, avisou que ele falará em nome dele mesmo, no pronunciamento de rádio e tevê que ele programou para esta sexta.
Para a mídia, ele também já não serve para nada.
A mídia precisa de alguém que pelo menos pareça honesto para contrapor ao PT na campanha demagógica centrada na corrupção.
Depois do depoimento de Camargo, Eduardo Cunha já não serve para isso. Ele é o maior ícone da corrupção no Brasil.
Tudo aconteceu muito rápido para Cunha.
Da obscuridade aos sonhos presidenciais, foram poucos meses.
Agora, devolvido à áspera realidade, resta a ele torcer para escapar da cadeia."
 (Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

10 de julho de 2015

Os Bairros do Rio: o significado de seus nomes curiosos


Já faz muito tempo que saí da Cidade Maravilhosa.
Era ainda adolescente quando mudei de município, me deslocando para o Norte Fluminense.
Mas o Rio nunca saiu de mim. Nem a Zona Sul, nem os distantes subúrbios da Zona Oeste, minha origem.
Dentre tantos itens que me atraem na metrópole um deles é a profusão de bairros, que se alinham ora acompanhando as curvas do litoral e das montanhas ora ao longo das vias férreas, do outro lado do relevo que divide a cidade entre os mais e menos abastados.
Por causa disso também os nomes desses bairros sempre me aguçaram a curiosidade. De alguns eu até sabia a origem. Mas não da maioria.
Acidentalmente descobri um artigo que mostra a origem dessas denominações, tudo em lugar só. Muito interessante o site que se chama Diário do Rio e que recomendo a visita, sobretudo para quem reside na city.
Reproduzo a seguir o artigo (de autoria de Quintino Gomes) que pode ser uma fonte de pesquisas ou apenas para matar a curiosidade. 
E alguns são realmente curiosos, cercados de lendas e coincidências. Ótimo para que gosta de História e de histórias. E das curiosidades também da língua portuguesa.
O texto é grande porque é bem abrangente. Até mesmo o distante e pequeno bairro de Cosmos (entre Campo Grande e Santa Cruz), onde morei até os 12 anos, entrou na lista, o que para mim foi uma surpresa.
Como o original não tinha imagens, saí procurando algumas para ilustrar o post.
Vamos lá.


Abolição

O nome provavelmente tem origem na antiga alcunha da Rua da Abolição, 13 de maio, dia da abolição dos escravos no Brasil.

Acari

O nome do bairro vem do Rio Acari. Acari, por sua vez, é um tipo de peixe. Hoje chamada de Favela de Acari, a região é a junção do Conjunto Amarelinho, construído no final dos anos 50 na beira da Avenida Brasil, e mais quatro localidades: Parque (Proletário) Acari, Vila Rica de Irajá, Coroado e Vila Esperança.

Água Santa

Água mineral jorrava de uma fonte localizada nessa área. Ela era engarrafada e vendida na região.
Alto da Boa Vista

Alto da Boa Vista

O nome tem origem na bela paisagem que se admira das encostas do Maciço da Tijuca. No início era a serra, depois vieram as plantações de café que desmataram os morros e alteraram a vazão de rios da região. D. Pedro II determinou em 1861 o reflorestamento de toda a área, feito pelo Major Archer.

Andaraí

Seu nome provém da expressão indígena “Andirá-y Açu”, que significa “Rio Grande dos Morcegos”, na linguagem dos índios tamoios que habitavam a região. O “Rio dos Morcegos” hoje é denominado Rio Joana, que atravessa o bairro, dividindo as duas pistas da Rua Maxwell. Outra versão diz que vem do Pico do Andaraí, cuja tradução do tupi para o português seria “empinado para cima”

Anil

No local, existiram arbustos nativos cujos frutos eram o anil. Inicialmente, a região era ocupada por engenhos. Depois vieram as fazendas onde se plantava café.

Bangu

Corruptela de u bang ú (“a barreira negra”) ou bang ú (“cercado por morros”) na linguagem dos índios. Outra possibilidade está relacionada à palavra africana bangüê, utilizada pelos escravos para se referir ao local do engenho onde se guardava o bagaço da cana-de-açúcar que, após moída, alimentava o gado. O termo ficou consagrado ainda, como denominação de uma espécie de padiola feita de tiras de couro ou fibras trançadas, usada para transportar cana-de-açúcar e outros materiais de forma improvisada. Daí nasceu a expressão “fazer à bangu”, ou seja, sem cuidado, de qualquer jeito.

Barra da Tijuca

Barra da Tijuca

Depósitos de aluvião formados nas desembocaduras de rios e canais são o que se chama de barra. No caso do bairro, o depósito é formado pelo encontro das águas do conjunto de lagoas da região (entre as quais, a Lagoa da Tijuca) com o Oceano Atlântico, através do Canal da Joatinga. Tijuca, por sua vez, significa “água podre” em tupi.

Barra de Guaratiba

Na cartografia do século 17, a área já tinha esse nome, que vem do tupi e significa “sítio em que abundam as garças”. O bairro se encontra na faixa entre manguezais e a Serra Geral de Guaratiba.

Barros Filho

A família Costa Barros era proprietária dos latifúndios na região. O pai passou toda a área para seu herdeiro, Barros Filho. Entre os anos de 1892 e 1898 foi instalada a estação de trem que deu nome ao bairro atravessado pela Avenida Brasil.

Benfica

Antigamente, os moradores chamavam a região de Praia Pequena e Praia Grande devido às praias que existiam no local. A partir de determinado momento, não se sabe ao certo quando, começaram a chamar o local de Benfica. Estudiosos apostam na influência de moradores portugueses, população em massa do local (existe em Lisboa, Portugal, uma região que leva o mesmo nome).

Bento Ribeiro

Homenagem a Bento Manuel Ribeiro Carneiro Monteiro, general e prefeito do Rio de 1910 a 1914, no governo do Marechal Hermes da Fonseca.
Bonsucesso

Bonsucesso

O nome “Bonsucesso” vem de D. Cecília Vieira de Bonsucesso, que, em 1754, reformou a capela da região, cortada pelo Rio Faria.

Brás de Pina

Brás de Pina era, no século 18, o proprietário da região que originou o bairro. Era, também, contratante da pesca da baleia e mantinha um engenho de açúcar e aguardente. Bangu – possui 2 versões para o nome: “paredão negro ou escurecido”, numa referência à grande sombra projetada pelo Maciço da Pedra Branca sobre o vale onde Bangu se localiza. A segunda versão atribuí a palavra “banguê” (corruptela de bangu), vocábulo africano, simbolizando uma espécie de padiola construída de couro ou trançado de fibras, amarrada a dois varais e conduzida por dois homens, usada para transporte de cana-de-açúcar, tijolos e outros materiais. É possível, inclusive, que desse processo meio desordenado de transporte tenha surgido a conhecida expressão “à bangu”, que é “fazer alguma coisa sem a menor técnica, de improviso”.
Botafogo

Botafogo

Acabou sendo batizado em 1590, quando Antônio Francisco Velho vendeu suas terras para um amigo, João Pereira de Souza Botafogo. O sobrenome era dado em Portugal aos especialistas em armas de fogo manuais. Brás de Pina – deve-se ao antigo proprietário de suas terras, Brás de Pina, que aqui mantinha um engenho de açúcar no século XVIII.

Cachambi

Caxamby, de origem indígena, significa feixo, laço que amarra o capim ou mato trançado. Suas terras eram formadas por vastos capinzais, muito procurados para alimentar os animais, o que valorizava o terreno.

Camorim

Derivado do tupi camury, que significa “mata com muitos mosquitos”, o nome designa o bairro e sua principal estrada de acesso. Toda essa região pertencia a Gonçalo Correia de Sá, onde, em 1625, mandou levantar a capela de São Gonçalo de Amarante, padroeiro do lugar, que existe até hoje.

Campinho

No cruzamento das atuais ruas Intendente Magalhães e Ernani Cardoso com a Cândido Benício e a Domingos Lopes havia um local em que os viajantes costumavam descansar, próximo a um pequeno campo onde havia uma feira de gado – o campinho, como era chamada -, que acabou dando nome ao lugar.

Campo dos Afonsos

A área era ocupada pelo Engenho dos Afonsos, um vasto campo onde se produzia açúcar e se criava gado. Antes da 1ª Guerra Mundial, o Campo dos Afonsos foi ocupado pela Aeronáutica Civil e Militar e lá foi instalada a primeira escola de aviação do Rio de Janeiro, em 1913.
Campo Grande

Campo Grande

As terras que iam do atual bairro de Deodoro, passavam por Bangu e iam até Cosmos faziam parte das paragens conhecidas como o “campo grande”.

Cascadura

A origem do nome do bairro tem três versões: a primeira está ligada à inglesa Maria Graham, que relatou, em 1824, um passeio à Fazenda Real de Santa Cruz, fazendo referência ao local como “Casca D’Ouro”. A segunda remonta à dificuldade que os operários tiveram para abrir, com picaretas, a pedreira na construção da estrada de ferro – o conjunto de pedras ganhou o apelido de “casca dura”. A terceira, por fim, diz respeito a um dos primeiros moradores da região, um comerciante bastante difícil, fechado para negociações e doações.

Caju

As chácaras e sítios da região tinham muitos cajueiros, daí o nome do bairro.

Catete

Significa, em tupi, “mato fechado”, e correspondia a um braço do Rio Carioca que contornava o outeiro da Glória e desembocava no mar.

Catumbi

A origem do bairro é um arraial às margens do Rio Catumbi (“água do mato escuro” ou “rio sombreado”) habitado por ricos proprietários de terras e escravos.

Cavalcanti

Com a construção da antiga Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil, em 1892, foi implantada na região a estação Cavalcanti, uma homenagem a Matias Cavalcanti, encarregado do tráfego da Central.

Centro

Centro
Após a derrota imposta aos franceses invasores em 1567, o núcleo original da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi transferido da Urca para o Morro do Castelo, um local mais protegido dos ataques de estrangeiros e nativos hostis. Aos poucos, a população começou a ocupar a planície localizada entre os morros do Castelo, de Santo Antônio, de São Bento e da Conceição e a aterrar os pântanos e lagoas existentes nesta área central, portanto centro da cidade. O Governador-geral Mem de Sá administrou o Rio até junho de 1568, quando então nomeou seu sobrinho, Salvador Correia de Sá, capitão e governador. Começaram aí, de fato, as atividades econômicas, sociais e o início do desenvolvimento urbano carioca.

Cidade de Deus

Na década de 1960, o governador Carlos Lacerda implementou uma política de remoção das favelas situadas na Zona Sul da cidade. Para isso, autorizou a construção de um grande conjunto habitacional na baixada de Jacarepaguá. Surgiu assim a Cidade de Deus. Desde o planejamento do conjunto, a ideia era usar nomes bíblicos em logradouros. Sendo assim, suas ruas têm nomes de personagens e cidades bíblicas, principalmente do Antigo Testamento.

Cidade Nova

Tem registros que remontam ao período do reinado de D. João VI. Até o início do século XIX, a região era um alagadiço que servia de rota de passagem entre o Centro e as zonas rurais da Tijuca e São Cristóvão. Com os aterros feitos com a intenção de melhorar esta travessia, surgiu o projeto de impulsionar o crescimento da cidade para a área, daí o nome.

Coelho Neto

Originalmente, a região era denominada Areal. A família Amaral era a principal proprietária das terras. Com a implantação da Estrada de Ferro Rio D’Ouro, foi construída a estação do Areal, que depois passou a se chamar Coelho Neto, uma homenagem a Henrique Maximiano Coelho Neto (1864-1934), famoso escritor, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras que ocupou a cadeira 2.

Colégio

Na região onde hoje está o bairro havia apenas um professor público, José Teodoro Burlamaqui. O seu colégio, de 1860, ficava no cruzamento das estradas da Pavuna e Barro Vermelho, cuja continuação ganharia o nome de Estrada do Colégio.

Complexo do Alemão

A ocupação da Serra da Misericórdia ocorreu no início do século 19 com Francisco José Ferreira Rego. Seus herdeiros venderam as terras para Joaquim Leandro da Motta, que dividiu a propriedade em grandes lotes. Um deles foi vendido para Leonard Kacsmarkiewiez, polonês refugiado da Primeira Guerra Mundial que ficou conhecido pelo apelido de “Alemão”, nome depois dado ao morro que lhe pertencia.

Copacabana

Copacabana

Significa mirante do azul, na língua Inca Quichua. Também existe uma cidade boliviana nas margens do Lago Titicaca com o nome de Copacabana. Originalmente, o nome do bairro era Sacopenapã que  era um areal deserto quando pescadores ergueram uma capelinha no extremo sul da praia. Nela foi colocada a cópia de uma imagem de Nossa Senhora de Copacabana, trazida por mercadores de prata bolivianos. A igreja foi destruída para dar lugar ao Forte de Copacabana.

Cordovil

No século 17, as terras pertenciam a Bartolomeu de Siqueira Cordovil. O Engenho dos Cordovil possuía extensos canaviais que se espalhavam pela planície em direção a Irajá..

Cosme Velho

É uma homenagem ao comerciante português Cosme Velho Pereira que, no século XVI, habitava a parte mais alta do vale do Carioca. Na parte mais baixa do vale havia grande número de laranjeiras, também originando o nome do bairro vizinho, “Laranjeiras”.

Cosmos

Nas terras que pertenceram ao Engenho da Paciência, a Companhia Imobiliária Cosmos construiu um grande loteamento, a Vila Igaratá. Quando foi implantado o ramal ferroviário de Mangaratiba, uma área foi cedida para a construção da Estação Cosmos, inaugurada em 1928, que deu nome ao bairro.

Costa Barros

A região abrigava as fazendas da família Costa Barros, daí o nome do bairro.

Curicica

Corruptela de ya-cury-ycica, “a árvore que baba”, da família das palmáceas, o nome designou também a antiga Estrada de Jacarepaguá que dava acesso à baixada fronteiriça ao Morro Dois Irmãos e limitada pela Estrada de Guaratiba (atual Bandeirantes).

Del Castilho

Com a construção da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil (depois Linha Auxiliar) em 1892, foi implantada na região a estação Del Castilho, em homenagem a um engenheiro amigo de Paulo de Frontin.

Deodoro

A região era ocupada pelo Engenho Sapopemba (raiz achatada e trançada), fundado por Gaspar da Costa em 1612, e pela fazenda do Gericinó, na extensa baixada do Maciço do Gericinó. Com a chegada da Estrada de Ferro Central do Brasil, foi inaugurada, em 1859, a estação Sapopemba que, depois da instauração da República, passou a se chamar Deodoro em homenagem ao Marechal Deodoro da Fonseca. Ela se tornou uma das maiores do subúrbio.

Encantado

Segundo a tradição local, a origem do nome está relacionada ao rio que corria em suas redondezas, o Rio Faria. Dizia-se que suas águas encantadas tragavam tudo que nelas caíssem, até uma carroça com condutor, cargas e burro.

Engenheiro Leal

Este pequeno bairro situado no sopé do morro do Dendê era terra do Engenho da Portela, da família Cardoso Quintão. Sua origem é a implantação da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil, depois chamada de Linha Auxiliar, em 1892. Nela, foi instalada a Estação Engenheiro Leal, companheiro de Paulo de Frontin e Magno de Carvalho, no início do século 20.

Engenho da Rainha

As terras pertenciam inicialmente ao Engenho da Pedra ou de Bonsucesso, e se expandiam desde a orla da Baía de Guanabara até Inhaúma. A rainha Dona Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI, comprou uma quarta parte do engenho onde havia uma casa de 15 quartos, próxima à atual Rua Dona Luísa. Por isso o nome do bairro.

Engenho de Dentro

O nome surgiu de um engenho de açúcar existente no local, que pertencia ao mestre de campos João Árias de Aguirre, no século XVIII.  A abertura da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do Brasil, trouxe ao bairro grandes oficinas ferroviárias, consideradas as mais importantes da América Latina em 1881. A estação do Engenho de Dentro foi inaugurada em 1873 e, mais tarde, foi demolida. Em 1937, foi construída a atual.

Engenho Novo

O nome tem origem no Engenho Novo dos Jesuítas, construído em 1707.

Estácio
Estácio

A região era um matagal onde se refugiavam os porcos dos matadouros próximos, daí seu antigo nome de Mata-Porcos. Quando foi se firmando como bairro, com a chegada de cada vez mais moradores, a área passou a se chamar Estácio em homenagem ao fundador da Cidade, Estácio de Sá.

Flamengo

uma homenagem ao navegador flamengo, na verdade holandês, Olivier Van Noort, também conhecido como LeBlond. Há outras duas versões, que vem dos prisioneiros holandeses da região, ou os flamengos. Ou mesmo relacionado aos flamingos que frequentavam a região na época.

Gamboa

A alcunha deste bairro, que tinha uma das mais antigas praias do litoral carioca urbano, está ligada às gamboas ou camboas, pequenas represas feitas pelos pescadores locais para prender os peixes que entravam nas águas calmas entre a Praia da Saúde e o Saco do Alferes.

Gardênia Azul

O bairro fica nas terras do antigo Engenho D’Água de Jacarepaguá, fundado pelo filho do Barão da Taquara, o médico e vereador Francisco Pinto da Fonseca. Na década de 1960, foi implantado o loteamento que deu nome ao bairro, com acesso pelas estradas do Capão (atual Avenida Tenente Coronel Muniz de Aragão) e do Engenho D’Água.
Gávea

Gávea

Devido à vista privilegiada da Pedra da Gávea (embora esta se localize em São Conrado, outro bairro), que por sua vez foi assim batizada por ter em seu topo uma formação rochosa semelhante à gávea dos navios.

Gericinó

Corruptela de Iarí-Airy (“em cima, no alto”) e Cin-ó (“liso e fechado”), ou seja, “morro liso e fechado”, Gericinó levou o nome do morro homônimo de 889 metros de altura na divisa com o município de Mesquita. O novo bairro foi desmembrado de Bangu oficialmente em 2004.

Glória

O bairro deve seu nome à Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, uma das primeiras construídas na cidade no século XVIII, em torno da qual se consolidou o povoamento da região.

Grajaú

Foi dado em homenagem a cidade de Grajaú, terra natal do engenheiro que projetou, em 1920, o bairro, Antônio Eugênio Richard Júnior, no interior do Maranhão. Várias ruas do bairro tem nome de cidades e rios maranhenses. Richard vem a ser avô de Sergio Castro, empresário do ramo imobiliário e fundador da Sergio Castro Imóveis, logo Richard é bisavô do atual diretor da empresa, Claudio Castro.

Grumari

Do indígena “curu” (seixos, pedras soltas) e “mari” (que produz água), também designa uma árvore encontrada nas encostas da região. Cercada pelas serras do Grumari, de Guaratiba e de Piabas, é a última área natural e preservada do litoral carioca, incluindo a praia do Grumari, a vegetação de restinga e as praias selvagens acessíveis por trilhas.

Guadalupe

O nome do bairro foi uma sugestão de Dona Darcy Vargas, esposa do presidente Getúlio Vargas, em homenagem à padroeira da América Latina, Nossa Senhora de Guadalupe.

Guaratiba

Em indígena, significa “abundância de guarás”, aves aquáticas pernaltas. A Freguesia de Guaratiba foi criada em 1755, por iniciativa de Dom José de Barros Alarcão, com terras desmembradas da Freguesia de Irajá.

Higienópolis

Originalmente, a área era ocupada por uma fazenda com lavouras. Foi, mais tarde, convertida pela família Darke de Matos, proprietária do Café Globo, no bairro “Cidade Jardim Higienópolis”. O projeto é de 1934, durante a gestão do prefeito Pedro Ernesto.

Honório Gurgel

Com a inauguração da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil (depois Linha Auxiliar), em 1892, a região passou a abrigar a Estação de Munguengue. Mais tarde, ela teve o nome alterado para Honório Gurgel em homenagem ao Tenente Honório Gurgel do Amaral, vereador cujo pai possuía uma fazenda em Irajá.

Humaitá

Seu nome provém da batalha do Humaitá, travada na Guerra do Paraguai. Os índios chamavam a região de Itaóca, devido à gruta que existia naquela área.

Inhaúma

Vem de “i” (água) e “n-hdú” (lodo, lama, barro), ou seja, “água suja”. Designava a extensa planície entre a Baía de Guanabara, a Serra da Misericórdia, e os morros dos Urubus e Juramento. Originalmente existia na região uma aldeia de índios tamoios.

Inhoaíba

O nome é uma corruptela de “nhu” (campo), “ahyba” (ruim), denominação dada pelos indígenas à baixada entre a serra de mesmo nome e Campo Grande. Com a implantação do ramal ferroviário de Mangaratiba, atual ramal de Santa Cruz, foi inaugurada em 1912 a estação Engenheiro Trindade, depois chamada de Inhoaíba. Ficou assim consolidado o nome do bairro. Porém, há quem diga que venha de “Terras do Senhor Aníbal”. Como se falava Nhô Anibal, pegou, foi indo até chegar ao Inhoaíba.

Itanhagá

Este nome tem origem na grande pedra situada à beira da Lagoa da Tijuca: Ita (pedra) e Anhangá (fantasmagórica), ou ”pedra que fala”. Os ventos produziam sons que apavoravam os indígenas.

Ipanema

Ipanema
Significa “águas perigosas” em tupi. Mas o nome não se refere ao bairro e sim a um rio paulista, em Iperó. O bairro recebeu esse em homenagem ao primeiro Barão e Conde de Ipanema (não por acaso nome de uma rua em Copacabana), por seu filho o 2º Barão de Ipanema, o Comendador José Antonio Moreira Filho, que adquiriu um dos dois lotes da antiga Fazenda Copacabana. Em 1883 o Barão de Ipanema criou o Loteamento Villa Ipanema, tendo como sócio Antonio José Silva e o autor do projeto, o engenheiro Luís Raphael Vieira Souto, no que viria a ser Ipanema.

Irajá

A origem deste nome tem duas versões. Na primeira, Irajá significa “o mel brota”, nome dado pelos índios Muduriás que habitavam a região. Na segunda, o nome viria de “Aribo” (rio que brota do alto do morro e cai abaixo), referindo-se ao Rio Irajá, que nasce no Morro do Juramento e deságua na Baía de Guanabara..

Jacaré

É uma corruptela de “yacaré” (torto, sinuoso), em alusão às voltas que o Rio Jacaré dá.

Jacarepaguá

Deriva-se de três palavras da língua Tupi-Guarani: YACARE (jacaré), UPÁ (lagoa) e GUÁ (baixa) – A “Baixa lagoa dos jacarés”. Na época da colonização, as lagoas da baixada de Jacarepaguá eram repletas de jacarés.

Jacarezinho

Na região do atual bairro Jacaré existia uma chácara entre o rio e a antiga fábrica Cruzeiro (depois substituída pela General Eletric), ocupada por casebres. Os moradores eram considerados invasores e, a partir da década de 1920, a população foi aumentando devido à instalação de indústrias na região e na Avenida Suburbana (atual Dom Helder Câmara). Com as migrações dos anos 50, a área sofreu adensamento considerável, com consequente valorização da terra, o que levou um de seus donos à justiça para remover os moradores. A população residente reagiu e conseguiu permanecer no local fazendo com que as terras fossem restituídas ao governo. Em 1980, foram realizadas obras de infraestrutura na comunidade (ou favela) do Jacarezinho. Seis anos depois, foi criada a XXVIII Região

Jardim América

Originou-se no Projeto de Arruamento e Loteamento Proletário denominado “Jardim América” em terreno situado à Rodovia Presidente Dutra. O loteamento, de 1957, resultou em 39 logradouros, 2782 lotes residenciais, 124 comerciais e 90 industriais atravessados pelo Rio dos Cachorros e pela faixa das linhas de transmissão elétrica da Light.

Ilha do Governador

Ilha do Governador

Habitada pelos índios Temiminós, que a abandonaram em conseqüência dos ataques de inimigos Tamoios e traficantes franceses de pau-brasil, os quais foram definitivamente expulsos em 1567, pelos portugueses foi doada a 5 de setembro desse ano por Mem de Sá a seu sobrinho Salvador Correia de Sá (o Velho), futuro governador (daí o nome do bairro) da capitania. Ele se instalou na ilha em posição privilegiada, na elevação acima da atual Praia do Engenho Velho, de onde tinha o controle da Baía de Guanabara.

Jardim Botânico

Leva esse nome por ser a localização do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, fundado por Dom João VI.

Jardim Sulacap

Tem como origem o projeto de arruamento e loteamento feito em 1951 pela Cia Sul América Capitalização S.A. (daí o nome), junto à estrada Intendente Magalhães e ao Campo dos Afonsos. O bairro é predominantemente residencial e sua população é formada, em sua maioria, por famílias de militares.

Joá

A denominação do bairro é originária do nome de um antigo morador, o francês Laurence Anchois, cujo sobrenome era pronunciado “Chuá”. Outra versão diz respeito ao morro da região, o Joatinga, que vem de yuá-tinga e significa “limoso, esbranquiçado”

Lagoa

A região tem como referencial histórico e atual a Lagoa de Sacopenapã, nome dado pelos índios Tupinambás, que significava “local ou caminho dos socós”, aves pernaltas comuns nessas paragens. Também a denominavam de Capopenipem, local de raízes chatas do fundo lamacento da lagoa.
Laranjeiras

Laranjeiras

Na época do Rio Colonial, havia sítios e chácaras com muitas laranjeiras nesta região, o que acabou dando nome ao bairro.

Largo do Pechincha

Recebeu o nome devido ao comércio tradicional e forte, onde funcionava um grande mercado, frequentado por pessoas de todas as partes da cidade que barganhavam na hora de comprar as mercadorias. Então, quando se queria comprar alguma coisa, as pessoas diziam que iam pechinchar no largo.

Leblon

O nome teve sua origem numa chácara pertencente ao holandês Charles Le Blon que existia no local em meados do Século XIX e passou a ser chamado de Campo do Leblon. Em 1845 virou uma fazenda de gado.

Leme

Por causa da Pedra do Leme, contornada pelas praias da Urca e Botafogo e cujo formato, visto de cima, se assemelha ao do leme de um navio.

Lins de Vasconcelos

O Médico-Major Modesto Benjamim Lins de Vasconcelos possuía propriedade no alto da Estrada da Serra do Matheus, que depois levou o nome de sua tradicional família, Lins de Vasconcelos.

Madureira

O nome do bairro vem de Lourenço Madureira, que, no século 19, era lavrador e criador de gado em terras da antiga Fazenda do Campinho, existente desde o início do século 17.

Magalhães Bastos

Originalmente, o local era conhecido como Fazenda das Mangueiras e, depois, Vila São José. Com a inauguração do ramal ferroviário de Mangaratiba, em 1878, foi implantada a estação Coronel Magalhães Bastos em homenagem a Antonio Leite de Magalhães Bastos Filho, comandante do primeiro batalhão de engenharia, que deu nome ao bairro.

Mangueira

As terras pertenciam ao Visconde de Niterói e ficavam juntas ao Morro do Telégrafo, assim chamado pela inauguração, em 1852, do primeiro telégrafo aéreo do Brasil, próximo à Quinta da Boa Vista. Ali foi instalada a Fábrica de Fernando Fraga, que produzia chapéus e passou a ser conhecida como Fábrica das Mangueiras pela intensa produção de mangas na região. A indústria acabou adotando o nome de Fábrica de Chapéus Mangueira. A Central do Brasil aproveitou a popularização da alcunha e batizou de Mangueira a estação de trem inaugurada em 1889.

Manguinhos

Como o próprio nome diz, tratava-se de uma grande região alagadiça, repleta de mangues, situada entre o Caju, a Praia Pequena de Benfica e as terras do Engenho da Pedra, prolongamento do antigo Saco de Inhaúma, na Baía de Guanabara. Incluía a ilha do Pinheiro e a ilha do Bom Jardim.

Maracanã

Vem do tupi maraka’nã, que significa papagaio. Provavelmente o rio homônimo recebeu este nome por ter suas cercanias habitadas por uma ou mais espécies destes pássaros.

Maré

Toda a região era constituída por pântanos e manguezais junto à orla da Baía de Guanabara. O termo “maré” tem origem no fenômeno natural que afligia os moradores das palafitas da região a partir da década de 1940.

Marechal Hermes

Fundado em 1913, o bairro foi o primeiro no Brasil implantado como uma vila proletária e planejado para ser estritamente residencial, com direito à infraestrutura de serviços públicos. Foi idealizado pelo então presidente Marechal Hermes da Fonseca para suprir a carência de moradias populares.

Maria da Graça

Na região ficava a Fazenda Maria da Graça, da família Cardoso Martins. Foi adquirida, mais tarde, pela Companhia Imobiliária Nacional que, em 1934, fez o arruamento e loteamento do bairro.

Méier

Méier
As terras abrigavam, no início do século 19, a extensa Quinta dos Duques, de José Paulo da Mata Duque Estrada e Dulce de Castro Azambuja. A filha do casal, Jerônima Duque Estrada, casou-se com o guarda-roupas do Paço, o Comendador Miguel João Meyer, descendente de alemães. O primogênito dos nove filhos, Augusto Duque Estrada Meyer, se destacou como acompanhante do Imperador Dom Pedro II, recebendo o título de Camarista e extensas terras abrangendo desde a Estrada Grande (atual Dias da Cruz) até a Serra dos Pretos Forros. O Camarista Meyer abriu várias ruas em suas propriedades, dando a elas nomes de seus familiares, como Carolina Meyer, Frederico Meyer e Joaquim Meyer. Formava-se o atual bairro do Méier, versão aportuguesada do sobrenome.

Olaria

Em 1820, Francisco José Pereira Rego comprou terras entre o Caminho da Matriz (Itararé) e o Morro da Penha. Ali, a família Rego viria a instalar várias olarias para atender a vizinhança, aproveitando o terreno de barro vermelho. Outras fábricas de tijolos surgiram fazendo com que o local ficasse conhecido como “região das olarias”.

Oswaldo Cruz

Com a implantação da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do Brasil, foi fundada na região, em 1898, a Estação Rio das Pedras. Mais tarde, o nome mudou para Oswaldo Cruz em homenagem ao grande médico sanitarista que erradicou a febre amarela no Rio de Janeiro e implantou o Instituto em Manguinhos.

Paciência

Deve seu nome ao Engenho da Paciência, de João Francisco da Silva, a mais antiga e importante fazenda de cana existente no Brasil. Ficava na Estrada Real de Santa Cruz, onde, no início do século 19, se hospedavam príncipes e nobres nas excursões à Fazenda Real.

Padre Miguel

O nome homenageia o Padre e Monsenhor Miguel de Santa Maria Mochon, espanhol de Andaluzia e vigário de Realengo. Nascido em 1879, Padre Miguel foi o reformador da Igreja Nossa Senhora da Conceição e o criador da primeira Escola Regular da Região, estendendo suas viagens de catequização aos engenhos de Nossa Senhora da Conceição da Pavuna e do Botafogo. Além de incentivar o teatro amador, foi o segundo personagem da cidade a exibir filmes de curta duração – sua casa paroquial se transformou em sala de projeção e cinema de referência local.

Parada de Lucas

O nome se refere a José Lucas de Almeida, um próspero agricultor que morreu aos 94 anos de idade. Quando da implantação da Estrada de Ferro Leopoldina (antiga Estrada de Ferro Norte), José Lucas doou parte de suas terras para uma parada de trens que, em 1949, tornou-se a estação Parada de Lucas.

Parque Anchieta

Parque Anchieta é um desmembramento do bairro de Anchieta que tem como origem loteamento de 1969 compreendendo 1639 lotes, 27 ruas e quatro praças.

Parque Colúmbia

Em 1956 surgiu um Projeto de Arruamento e Loteamento Misto, Proletário e Industrial, a 229 metros da rodovia Presidente Dutra, entre o Rio Acari e a Rua Embaú, resultando em sete ruas. O projeto foi implantado na propriedade da empresa Ferrometais Colombo Comércio e Indústria S.A., daí o nome Parque Colúmbia.
Paquetá

Paquetá

A ilha foi descoberta em 1556 por André Thevet, cartógrafo de Villegagnon, durante a invasão francesa ao Rio de Janeiro. Nome dado pelos Tamoios, Paquetá vem de “Pac” (paca) e “eta” (muitas), significando “lugar de muitas pacas”. Outros dizem que pode significar muitas conchas, ou muitas pedras. Mas escritos de André Thevet  narra a abundância na ilha do animal Pacarana, parente próximo da paca.

Pavuna

Vem do indígena “pabuna” ou “ypabuna”, que significa lugar ou região escura, sombria. A palavra deu nome ao bairro e ao rio de 14 quilômetros de curso que separa o Rio dos municípios da Baixada Fluminense. No século 16, os franceses registraram aldeias de índios Tupis em seus mapas, e uma delas, a aldeia de Upabuna, estaria às margens do referido rio.

Pedra de Guaratiba

Sua denominação teve origem na partilha das terras da região de Guaratiba entre os herdeiros de seu primeiro donatário, Manoel Velloso Espinha. Com a sua morte, seus dois filhos Jerônimo Velloso Cubas e Manoel Espinha Filho herdaram a freguesia de Guaratiba. Através de mútuo entendimento, dividiram entre eles as terras herdadas do pai, ficando Jerônimo com a parte norte e Manoel com a leste, tendo o Rio Piraquê como marco divisório.

Penha

Penha

Em homenagem à Nossa Senhora da Penha, por causa de uma lenda de um viajante francês que percorria o Brasil e estava em São Paulo. Uma noite pernoitou lá pelos lados de onde hoje é o bairro. Amarrada ao cavalo estava uma imagem de Nossa Senhora. Ele acordou no outro dia e pôs-se a caminho. Léguas mais tarde deu pela falta da santa, voltou e encontrou a imagem no mesmo lugar onde estava dormindo. Colocou-a de volta no alforje e partiu. Horas depois o viajante descobre que a Nossa Senhora não está mais com ele. Volta novamente, e lá está ela, no mesmo lugar. Aí chegou à conclusão que a santa escolhera aquele lugar para ficar. Assim o francês construiu ali uma capela. Já a história oficial diz quea  primeira capela em louvor a Nossa Senhora da Penha foi erguida em Vila Velha, antiga capitania do Espírito Santo, entre 1558 e 1570. A segunda surgiu no Rio de Janeiro após a fundação da Fazenda de Nossa Senhora da Ajuda, propriedade do capitão português Baltazar de Abreu Cardoso. Por volta do ano de 1635, o Capitão Baltazar, ao ser atacado por uma cobra, pediu auxilio a Nossa Senhora da Penha. Agradecido por ter se livrado do perigo, construiu uma pequena capela no alto de suas terras, onde colocou uma imagem da santa. Pessoas que viam a pequena capela à distância logo passaram a subir a grande pedra para rezar e agradecer.

Penha Circular

As origens do bairro coincidem com a história do bairro da Penha. Seu nome vem da existência, no início da década de 1930, de uma linha circular destinada a permitir o retorno dos trens de subúrbios. A linha circular da Penha foi desativada na década de 40, sendo construída a estação de Penha Circular, que deu nome ao bairro.

Piedade

O nome do bairro era “Terra dos Gambás” (por existirem gambás aos montes) e os moradores se reuniram e escreveram uma cartinha para o diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil, no fim do século 19, quem teria escrito foi a esposa de Assis Carneiro, leiloeiro e dono de chácara. O texto era o seguinte: “Por piedade, doutor, troque o nome da nossa estaçãozinha”. O apelo acabou dando certo. “O diretor respondeu: “Perfeitamente minha senhora, ela se chamará Piedade”.

Pilares

Em 1873, as fazendas da região pertenciam a Francisca Carolina de Mendonça Zieze e a seu genro Gaspar Augusto Nascente Zieze. Eles doaram o terreno no qual a Irmandade de São Benedito dos Pilares levantaria a sua capela, remodelada mais tarde pelo Padre José Corrêa. Mas o nome Pilares tem duas versões: viria da Venda dos Pilares, devido aos adornos de pedra destacados na edificação, ou do largo do bairro, uma das paradas da Estrada Real de Santa Cruz (depois Avenida Suburbana e, hoje, Avenida Dom Hélder Câmara), onde havia pequenos pilares que serviam para amarrar cavalos, rodeando uma fonte d’água..

Praça da Bandeira

Em 1853, exatamente no local onde hoje está a praça, foi construído o antigo Matadouro da Cidade. Evoluiu em volta dele o Largo do Matadouro, que se tornou o centro de gravidade para o adensamento das cercanias. A região foi urbanizada no início do século 20, após transferência do Matadouro, em 1881, para Santa Cruz. A construção da Avenida Radial Oeste (atual Oswaldo Aranha) e do Trevo das Forças Armadas alterou a área nas décadas de 60/70, assim como a abertura do metrô. A antiga Estação Lauro Müller da Supervia passou a se chamar Praça da Bandeira.

Praça Seca

O general Salvador Correia de Sá e Benevides (1601-1688) lutou contra os holandeses em Angola, defendendo os interesses portugueses. Foi governador do Rio de Janeiro por três períodos (1637-1642, 1648-1649 e 1659-1660), levando desenvolvimento à região. Faleceu em Lisboa em 1688, deixando suas terras para o filho, Martim Correia de Sá e Benevides, que se tornou o primeiro Visconde de Asseca e Alcaide-Mór do Rio de Janeiro. Dessa linhagem nobre dos Assecas, o quarto Visconde (1698-1777) foi o responsável pelos primeiros vestígios de povoamento mais efetivos em torno da Praça Seca (corruptela de Praça Asseca, ou Praç’Asseca).

Quintino Bocaiúva

A abertura da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do Brasil, deu ao local a Estação Cupertino (dono de grande pedreira fornecedora para construções na cidade), inaugurada em 1o de maio de 1876. O nome foi mudado em 1912 para Quintino Bocaiúva em homenagem ao parlamentar, jornalista e comandante civil da Proclamação da República, que morou numa chácara nas proximidades.

Ramos

Dona Leonor Mascarenhas de Oliveira deixou, em meados do século 19, treze lotes da Fazenda de Nossa Senhora de Bonsucesso para serem divididos entre parentes e amigos. João Torquato de Oliveira herdou a casa e a fazenda-sede, região dos atuais núcleos de Bonsucesso e Ramos. Em 1870, sua viúva, Francisca Hayden, vendeu ao Capitão Luiz José Fonseca Ramos terras que abrangiam o Sítio dos Bambus, onde Ramos começou a prosperar. O bairro surgiu por obra dos descendentes do Capitão Ramos, quando os trilhos da Estrada de Ferro do Norte (Leopoldina) chegaram à área, onde foi construída a Parada de Ramos.

Realengo

O nome teria como origem o termo Campos Realengos, usado para nomear os campos de serventia pública que eram utilizados, principalmente, para a pastagem do gado por parte dos que não possuíam terra própria. Há uma versão, mais lendária, que diz que significa ‘Real Engenho’, que abreviado lia-se ‘Real Engo.’

Recreio dos Bandeirantes

Recreio
As terras pertenciam ao Banco de Crédito Móvel, que as loteou em duas glebas. Joseph Weslley Finch comprou, nos anos 20, umas delas e costumava promover visitas de fim de semana para interessados na compra de seus lotes. Muitos paulistas adquiriram terrenos à beira-mar e construíram casas de veraneio. Por isso, a gleba de Finch passou a ser conhecida como Recreio dos Bandeirantes, e foi registrada como Jardim Recreio dos Bandeirantes. Mais tarde, todo o bairro passou a ter o mesmo nome.

Riachuelo

Surgiu nas terras da antiga fazenda do Engenho Novo, desmembrada em chácaras e, depois, ocupadas por loteamentos. A Estação Ferroviária, de 1869, se chamava Riachuelo do Rio em homenagem a uma batalha naval.

Ricardo de Albuquerque

A estação de Ricardo de Albuquerque, inaugurada em 1913, deve seu nome a José Ricardo de Albuquerque, antigo diretor da ferrovia e poeta.

Rio Comprido

É uma referência ao longo Rio Iguaçu, que cruzava a região conhecida como Catumbi Pequeno (compreende atualmente o Rio Comprido e parte do Estácio). A área abrigou o Quartel General do Exército na época de Dom João VI, se tornando um bairro agradável para os ingleses, que nele habitavam em casas próprias ou propriedades cercadas de amplos quintais. A chácara mais famosa foi a do Bispo Frei Antonio do Desterro, erguida no século 17, também conhecida como Casa do Bispo, que serviu de residência episcopal até 1873, quando ali se instalou o Seminário São José. O prédio foi tombado pelo patrimônio histórico.

Rocha

A estação de trem inaugurada em 1885 e extinta em 1960 recebeu o nome de um guarda-cancela da ferrovia, que também batizou o bairro.

Rocha Miranda

As terras pertenciam à Fazenda do Sapê, cujo proprietário, no século 19, era o Barão de Mesquita. Em 1916, a fazenda seria adquirida pela família Rocha Miranda, que promoveu o loteamento da região com a abertura de várias ruas com nomes de pedras preciosas: dos Topázios, das Esmeraldas, dos Rubis, dos Diamantes, Ametistas, Ônix, Turquesas etc.

Rocinha

Sitiantes passaram a ocupar as terras da antiga fazenda Quebra-Cangalha por volta de 1930. Elas foram divididas em pequenas chácaras em que cultivavam hortaliças vendidas na feira do Largo das Três Vendas (atual Praça Santos Dumont, na Gávea). Os comerciantes diziam para os fregueses que seus produtos vinham de suas “rocinhas” no Alto da Gávea e, a partir daí, o nome Rocinha se popularizou.

Sampaio

A estação de trem homônima da região é uma homenagem ao Coronel Sampaio, Patrono da Infantaria.

Santa Cruz

A terra foi a princípio doada a Cristovão Monteiro, depois passou a pertencer a Companhia de Jesus, os jesuítas que colocaram uma grande cruz de madeira, pintada de preto, encaixada em uma base de pedra sustentada por um pilar de granito. Mais tarde, já durante o Império, o cruzeiro seria substituído por outro de dimensões menores. E, atualmente existe uma cruz no mesmo local, mas não é o cruzeiro histórico, e sim uma réplica que foi erigida durante o comando do então Coronel Carlos Patrício Freitas Pereira. O cruzeiro deu nome à Santa Cruz. A poderosa fazenda de Santa Cruz, um imenso latifúndio, se tornou a mais desenvolvida da Capitania, com milhares de escravos, cabeças de gado e variados tipos de cultivo.
Santa Teresa

Santa Teresa

Antigamente, o bairro se chamava Morro do Desterro, com acesso pela atual Ladeira de Santa Teresa, onde foi construída a capelinha de Nossa Senhora do Desterro, em 1629. Depois, em 1750, o Governador Gomes Freire de Andrade construiu o Convento de Santa Teresa para abrigar a ordem de religiosas.

Santo Cristo

Em 1879, o bairro teve grande parte aterrada pela Empresa de Melhoramentos do Brasil. As Ilhas dos Melões e das Moças, localizadas no antigo Saco do Alferes próximas à atual Rodoviária Novo Rio, foram extintas para a construção do Cais do Porto, no início do século 20. Esses aterros deram origem ao atual bairro de Santo Cristo, cuja Igreja de Santo Cristo dos Milagres, erguida em 1872, localiza-se no atual Largo de Santo Cristo, antigo Largo do Gambá.

Santíssimo

Nesta localidade ficava o Engenho do Lameirão, de Manuel Suzano, com sua capela de Nossa Senhora da Conceição do Lameirão, o templo mais importante das redondezas. Em 1750, a capela teve permissão para manter em sacrário o Santíssimo Sacramento e, para isso, foi criada uma irmandade. Este acontecimento passou a designar de Santíssimo toda a região situada entre Bangu e Campo Grande, batizando o atual bairro.

São Clemente

Por causa de um grande proprietário de terrenos naquela parte da cidade, o Sr. Clemente de Matos, muito devoto do santo do qual havia herdado o nome.
São Conrado

São Conrado

No início do século 20, o Comendador Conrado Jacob Niemeyer possuía grande fazenda na região e nela ergueu uma pequena igreja, em 1916, em devoção a São Conrado.

São Cristovão

O nome se deve à igrejinha dedicada ao santo erguida pela Companhia de Jesus junto à praia habitada apenas por alguns pescadores. Com a expulsão dos jesuítas em 1759 e a chegada da Família Real em1808, a região antes destinada à agricultura e à pecuária foi retalhada e dividida em chácaras, então adquiridas por ricos comerciantes.

São Francisco Xavier

O bairro é um dos menores do Rio. As terras pertenciam ao Engenho Novo dos Jesuítas, construído a partir de 1707. Daí o nome em homenagem a um santo.

Saúde

Recebeu este nome por origem de uma promessa religiosa a Nossa Senhora da Saúde, que salvou a esposa de um rico comerciante português, Manuel Negreiros, que ergueu em 1742 a Capela de Nossa Senhora da Saúde, sobre um morro rochoso de frente ao mar. No século 17, seus trechos eram conhecidos como Valongo e Valonguinho.

Senador Camará

O trem chegou à região por intermédio do ramal de Mangaratiba, sendo inaugurada a estação Senador Camará em 1923, uma homenagem a Otacílio de Carvalho Camará, gaúcho, deputado pelo Distrito Federal (1915) e senador em 1919.

Senador Vasconcelos

Pela região passou a antiga estrada Rio-São Paulo, onde foi instalada, em 1914, a Estação Senador Augusto Vasconcelos. Trata-se de uma homenagem a um senador federal que também deu nome ao bairro.

Sepetiba

Em tupi, significa sítio dos sapês. A região já foi coberta de florestas.

Tanque

É o antigo local onde os viajantes paravam para descansar e dar água aos animais em um grande reservatório ali existente (por isso o nome Tanque). Mais tarde, serviu para matar a sede dos animais que puxavam os bondes no trajeto até o Largo da Taquara.

Taquara

É uma espécie de bambu abundante na região, utilizado em cercas e na fabricação de cestos.
Tijuca

Tijuca

O nome Tijuca, de origem indígena, significa água podre, charco ou brejo. Referia-se às lagoas da atual Barra, depois passou para as montanhas, floresta e vertente oposta, correspondendo à antiga região do Andaraí Pequeno que, entre os séculos 19 e 20, transformou-se no atual bairro da Tijuca. Na década de 70, parte do Andaraí Grande foi incorporada a ele.

Todos os Santos

Era inicialmente um prolongamento do Méier. A Estação Ferroviária de Todos os Santos (daí o nome), inaugurada em 1868, foi extinta no final da década de 1960.

Tomás Coelho

Servido pelos trens da antiga Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil (mais tarde Linha Auxiliar), a região ganhou a Estação Tomás Coelho. O nome é uma homenagem ao Conselheiro Thomaz Coelho, Ministro da Guerra no Segundo Reinado que instalou o Colégio Militar na Tijuca, em 1889.

Turiaçu

Corruptela de “tury” ou “tory” (facho) e “açú”, (grande, extenso), significa “fogaréu” ou ainda “fogaréu feito de sapê”. Na região, atravessada pela Estrada do Otaviano, ficava o Engenho do Vira-Mundo, último grande fabricante de rapadura e cachaça depois da decadência do Engenho de Portela.

Urca

Urca

Há lendas sobre o nome, tem quem diga que era o nome do navio do holandês Olivier Van Noort, o LeBlond. Outras que é por causa do morro rochoso que lembra um tipo de embarcação antiga usada pelos holandeses para transporte de carga.

Vargem Grande

As terras pertenciam à sesmaria de Gonçalo Correia de Sá. Sua filha, Dona Vitória de Sá, as doaria mais tarde aos Monges Beneditinos. Ali, Frei Lourenço da Expectação Valadares criou, no século 18, a fazenda Vargem Grande, cujas ruínas ainda existem no Sítio Petra, número 10636 da atual Estrada dos Bandeirantes.

Vargem Pequena

A região era parte da enorme sesmaria de Gonçalo Correia de Sá e foi dada em 1628, como dote, a Dom Luiz de Céspedes (governador geral do Paraguai), marido de sua filha, Dona Vitória de Sá. Com a morte dela, em 1667, a propriedade seria deixada para os Monges Beneditinos, que dividiram o Engenho do Camorim da família, criando a fazenda de Vargem Pequena.

Vasco da Gama

Em 1998, ano do centenário do Clube de Regatas Vasco da Gama, um projeto transformou a área onde fica a sede / estádio do clube e suas adjacências, incluindo a Comunidade Barreira do Vasco, no bairro Vasco da Gama.

Vaz Lobo

Grandes chácaras onde se cultivava café, aipim e batata doce, entre os morros do Sapê e da Serrinha, ocupavam a área. Uma delas, a do Capitão-Tenente José Maria Vaz Lobo, no cruzamento com a Estrada de Irajá (atual Avenida Monsenhor Félix), deu nome ao bairro.

Vicente de Carvalho

O nome do bairro se refere a um fazendeiro local, Vicente de Carvalho, que batizaria também a estrada e a estação da Estrada de Ferro Rio D’ Ouro, implantada na segunda metade do século 19.

Vidigal

O major de milícias e intendente da polícia Miguel Nunes Vidigal, de grande influência no Primeiro Império, recebeu dos monges beneditinos, em 1820, extensas terras que iam das encostas da Pedra Dois Irmãos até o mar, onde construiu a Chácara do Vidigal. Em 1886, seus herdeiros venderam a propriedade ao engenheiro João Dantas.

Vigário Geral

Nas terras pantanosas da região havia a Fazenda Nossa Senhora das Graças, que abrigava o Engenho do Vigário Geral, também conhecido como Engenho Velho. O tal vigário geral seria o Cônego Dr. Luiz Borges da Silva Oliveira, dono do Engenho Nossa Senhora das Graças na segunda metade do século 18. No entanto, existem fontes citando o monsenhor Félix de Albuquerque ou o Padre Dr. Clemente de Matos, ambos donos do Engenho de Irajá, como o “Vigário Geral” que deu nome ao bairro.

Vila Cosmos

A Companhia Urbanizadora Imobiliária Kosmos (daí o nome), que algumas vezes é grafado assim com K, construiu o loteamento Vila Florença, implantado em 1930 nas terras de Guilherme Guinle. Atualmente, é um bairro essencialmente residencial, atravessado pela Avenida Meriti.

Vila da Penha

O Projeto de Arruamento e Loteamento da Vila Penha, de propriedade da Empresa Industrial de Melhoramentos do Brasil, elaborado em 1927/1930 e alterado em 1936, consolidou a urbanização do bairro.

Vila Militar

No início do século 20, os batalhões e regimentos da cidade se concentravam próximos ao Centro, em São Cristóvão, no Campo de Santana, no antigo Arsenal de Guerra (atual Museu Histórico), na Fortaleza de São João e na Praia Vermelha. O Marechal Hermes da Fonseca resolveu então transferi-los para uma nova vila militar na zona suburbana, que pudesse se interligar com as unidades de Realengo. No governo Afonso Pena, as fazendas e engenhos da região entre Deodoro e os limites com a Baixada Fluminense começaram a ser desapropriados.

Vila Isabel

Vila Isabel
Todas as terras do bairro eram da Fazenda do Macaco, limitada pelo Rio Joana, pelo Caminho do Cabuçu (atual Rua Barão do Bom Retiro) e pela Serra do Engenho Novo. Dom Pedro I a presenteou à Imperatriz D. Amélia de Beauharnais, Duquesa de Bragança, sendo frequentes os passeios do casal no local. Com a volta de Dom Pedro a Portugal, a fazenda ficou abandonada, sendo atingida pela epidemia de cólera em meados do século 19. Em 1872, o Barão João Batista de Viana Drummond (mais conhecido por ter inventado o jogo do bicho) comprou a fazenda e montou a Companhia Arquitetônica de Villa Izabel, em homenagem à Princesa Isabel, para a promoção de loteamento. Assim, em 1873, nascia o primeiro bairro planejado da cidade.

Vila Valqueire

No passado, o bairro era ocupado pelo Engenho Valqueire. A origem do nome se deve ao proprietário das terras em meados do século 18, Antonio Fernandes Valqueire. A sede do engenho ainda existe, em ruínas. Sua mais antiga construção é a Igreja São Roque, próxima à Rua Quiririm. Dizia a lenda que o engenho tinha este nome porque era um terreno que media 5 alqueires. Como a placa fazia a indicação com algarismos romanos, V Alqueire virou Valqueire.

Vista Alegre

O projeto imobiliário com o nome de Jardim Vista Alegre (1954) levou à construção de 400 casas na região. Em sua periferia existiam chácaras com hortas, verduras, fazendolas e um grande pântano, repleto de rãs, onde foi construído o chamado Bairrinho. Vista Alegre é um dos menores bairros da cidade.

Quintino Gomes
Editor at Diário do Rio
"Defensor do Carioca Way of Life, mora em Jacarepaguá, trabalha na Zona Sul, mas já passou pelo Mercadão de Madureira, pelo Centro, Barra e pela Ilha do Governador. Filho de uma mãe carioca da Gema, nascida no Catumbi e de pai português. Começou o Diário do Rio em 2007 e está a frente dele até hoje o levando ser um dos principais portais sobre o Rio de Janeiro."