25 de setembro de 2015

Para entender (de verdade) a alta do dólar


"Richard Rytenband, economista e especialista em investimentos pela FGV, explica o que a maioria não quer que você entenda."

18 de setembro de 2015

Eu e o tempo: o primeiro Rock in Rio, 30 anos depois

O histórico cartaz oficial em inglês
No início deste ano escrevi o texto abaixo, lá no blog Impressões.
Resolvi reproduzi-lo hoje, quando se inicia mais uma edição do famoso festival.
Não estarei nessa edição, que me interessava mais por razões de memória afetiva (aquela nostalgia dos "bons tempos").
Quando decidi ir os ingressos já estavam esgotados e até que dei sorte: ainda me recupero de um dano muscular e não poderia ir mesmo. Problema de DNA :).
Acompanharei o que me interessa pelo Canal Multishow (Palco Mundo) e pela Internet (Palco Sunset).
O Palco Sunset está melhor que o Palco Mundo, por trazer atrações inusitadas.
Os Medinas perderam a oportunidade de fazer um dia exclusivamente homenageando a primeira edição do evento (30 anos), embora estejam trazendo 50% do Queen e o Rod Stewart.
Também perderam a chance de homenagear um dos principais nomes da história do Rock: hoje, 18 de setembro, completa-se 45 anos da morte de Jimi Hendrix. O festival poderia ser aberto com uma penca de guitarristas fazendo um show histórico. Pena.
Mas é isso, o tempo passa e nem tudo é lembrado como deveria...

O Rock In Rio se esqueceu, mas nós aqui não. Viva Hendrix!



Rock In Rio (e o tempo)
"Nesta semana comemora-se 30 anos da primeira edição de um dos maiores festivais de música do mundo, o Rock in Rio, que acabou se tornando lendário. Foi entre 11 e 20 de janeiro de 1985. Eu estava lá.

Pausa.

Mais de uma vez ouvi a análise de que a nossa geração (complementando a que veio antes) "acabou com a velhice". Ou pelo menos a atrasou em mais de vinte anos.
É bem verdade. Nos anos 1950 quem tinha pouco mais de 50 já era considerado "idoso".
Aplicar em nossas vidas os novos conhecimentos da ciência com relação à alimentação, atividades físicas e mentais, controle das emoções, etc. tem proporcionado isso. Fora os avanços da medicina.
Mas coloco em dúvida quando alguém me fala que, aos cinquenta e cinco, por exemplo, se sente com vinte, sem nenhuma diferença física ou mental em relação à juventude.

Pausa.

Em janeiro de 1985 eu trabalhava em alto mar. Indústria de petróleo. Estava embarcado e tinha que cumprir a escala. Perderia o Rock in Rio? Quase. Perdi uma parte. Desembarquei na quarta, consegui assistir aos quatro últimos dias.
Não vi muita gente boa: Rod Stewart, James Taylor, George Benson, Iron Maiden, etc. Em compensação tive o prazer de estar lá quando tocaram Queen, Whitesnake, Scorpions, AC/DC, Ozzy Osbourne, Yes, etc. E muitos brasileiros: Baby & Pepeu, Barão Vermelho, Kid Abelha, Gilberto Gil, Blitz, Lulu Santos, etc.

Pausa.
Pausa para pensar sobre a passagem do tempo

A energia da juventude - tanto física quanto mental - pode ser mantida em "idades mais avançadas", dependendo do DNA e das atitudes. Adicionada da experiência das vivências. With a little help from genetic.
No entanto, por mais que tenhamos avançado, não tenham dúvida: o tempo não para, como diria o Cazuza, e traz seus efeitos a cada nova idade que comemoramos. Começamos a envelhecer quando nascemos, não tem jeito.

Pausa.

O festival foi um evento histórico não só para o público. Por suas dimensões e pelo seu sucesso foi também um momento mágico inesquecível também para os artistas que participaram, incluindo os experientes internacionais, que ficaram assombrados com aquela platéia de mais de 150 mil pessoas por dia.
Quem foi se lembra como se fosse ontem. O que é muito legal. Mas também preocupante e melancólico: 30 anos se passaram muito rápido para mim.
A galera apelidou a cerveja de Malt 'Nojenta'
Os shows começavam por volta das 15 horas e terminavam lá pelas 3 da madruga. Ao final eu pegava o ônibus para Campo Grande (bairro da Zona Oeste do Rio) onde morava minha irmã. Chegava por volta das 5. Dormia até às 10. Comia alguma coisa e voltava para o festival.
Foi assim por 4 dias (e seria pelos 10 se eu tivesse tido a chance de ir em todos). Dormindo cerca de 4 horas, me alimentando mal, ficando em pé por 12 horas, embaixo de chuva (naquele tempo chovia em janeiro no Rio), por cima de muita lama, multidão ensandecida, bebendo chopp Malt 90 (que não existe mais) em copos plásticos de 750 ml cujos quiosques eram abastecidos por caminhões pipa que vinham direto da fábrica! Tinha 25 anos. E tava tudo muito bom, tudo muito bem, como cantava a Blitz. Lembrando que a infraestrutura na época não era nem sombra do que é atualmente. Festa, alegria, celebração. Cheguei a passar pelo Roberto Medina (o idealizador do festival) na entrada das bilheterias e o agradeci. Ele sorriu. Se sentia realizado.

Pausa.

Hoje, com toda juventude que uma pessoa de 55 anos possui, eu não encararia aqueles quatro dias, noites e madrugadas. É onde me refiro às limitações impostas pela passagem do tempo. Nesses extremos que só quem tem menos de 30 aguenta. Quer dizer, nem sei se a juventude de hoje arriscaria tanto em uma maratona daquele tipo. Todos querem mais é conforto. E não se pode condená-los por isso.

Mas eu estive lá! E fazem 30 anos hoje."

O Rock in Rio daqueles tempos: também na Barra. Malt 90 em primeiro plano

15 de setembro de 2015

A moralidade caolha e os riscos da "operação impeachment"


Nenhum erro justifica o outro mas estranho, ou revelador, é se incomodar com os erros de uns e se calar diante dos erros de outros.


"A "moralidade" é caolha.
"Zelotes" e "Contas Secretas do HSBC" são escândalos do agora.
De megaempresas e milionários, escândalos estimados em R$ 38 bilhões.
Investigações? Manchetes? Panelas? Indignação moral? Não. Silêncio."



Publicado em 14 de set de 2015
"Cresce cerco dos que querem o impeachment de Dilma. Ainda falta coesão entre os que disputam o Poder. E clareza sobre os riscos da operação. . Riscos internos e externos. Internos porque, passado down e perplexidade virá a realidade: conta gigantesca, e o contra-ataque dos quem tem pressa e fome. . Risco externo porque derrubar presidente é ato seríssimo. Mancha quem cai, mas pode manchar para sempre quem, mesmo com a mão do gato, derruba. . Se não for ação estritamente legal, aos olhos da História e do mundo será altíssimo o custo de voltar a portar-se como republiqueta de bananas e golpes. . A cada mês tem mudado o motivo para pedir o impeachment. Do motivo "moral", a corrupção, à óbvia incompetência e mediocridade em ações do governo. . A "moralidade" é caolha, de ocasião. Nunca persistiu na investigação a megaescândalos da oposição. Silencia, esconde ou encolhe delações e acusações contra líderes da oposição. . "Mensalões". O do PT está nas manchetes há 10 anos, e deu cadeia. O do PSDB dorme numa gaveta em Minas. . "Zelotes" e "Contas Secretas do HSBC" são escândalos do agora. De megaempresas e milionários, escândalos estimados em R$ 38 bilhões. . Investigações? Manchetes? Panelas? Indignação moral? Não. Silêncio. No Metrô de São Paulo, em governos do PSDB, roubaram R$ 1 bilhão. . Última Notícia... Não há acusação contra altos executivos da CPTM, ou dos governos tucanos... Deve ter sido coisa do maquinista ou da bilheteira. . O impeachment depende de Eduardo Cunha, para quem o procurador pede 184 anos de prisão. Há dias, a Câmara de Cunha aprovou a ocultação das doações de campanha. . "Delegado da Polícia Federal quer ouvir Lula". Segundo o próprio delegado "não existem provas contra Lula". Mas isso garante manchetes desmoralizantes no fim de semana. . Manchete dessa segunda: PSDB já discute sua participação no eventual governo Temer. . Imposta a hegemonia na narrativa midiática para multidões, se tenta intimidar quem ouse questionar tanta moralidade caolha, tanto silêncio e tanta bandeira." (Bob Fernandes)


13 de setembro de 2015

Um domingo frio e chuvoso e uma despedida

O domingo amanheceu chuvoso e frio.
Acho que em toda Região Sudeste e em boa parte da Região Sul.
Ao que parece, já às portas da emblemática Primavera, o Inverno resolveu se fazer presente.
Se isso atrapalha alguns planos de fim de semana, convenhamos que está ótimo para ficar na cama até mais tarde. Ou o dia todo.
Como diria o Guilherme Arantes, "deixa chover, deixa a chuva molhar, dentro do peito tem um fogo ardendo que nunca, nada vai apagar".
Rezemos que essa chuva chegue também ao Nordeste, que está precisando mais ainda que o Sudeste.
E que o Inverno demore a chegar na Europa, para dar tempo de resolver a dramática questão dos refugiados.
No mais, programação típica para dias assim: TV por assinatura - com filmes e esportes, finais do US Open e da volta ciclística da Espanha, automobilismos, motociclismo, futebol, etc.; bons livros; boa música; comidinhas e bebidas especiais...
Só não dá mais para recomendar os jornais dominicais como antigamente. Andam muito ruizinhos e negativos. Não vale perder o domingo com eles.
Por exemplo, uma das poucas coisas que ainda prestavam no Globo (se não a única) acabou, o caderno "Prosa & Verso", que vinha nas edições de sábado. 
Pouco a pouco definha The Globe, mesmo caminho da Folha de São Paulo e do Estadão. Das revistas semanais nem sei mais por onde andam. Tomei distância faz tempo.
Para ilustrar o que estou dizendo reproduzo abaixo o texto do jornalista especializado em literatura José Castello.
Uma triste despedida que mostra os caminhos que vem sendo trilhados pela imprensa brasileira. Percebam nas entrelinhas os principais recados. Os destaques em negrito são meus.
Uma pena.

Hora da despedida
POR JOSÉ CASTELLO
Chegou a hora de me despedir de meus leitores. Não é um momento fácil _ nunca é. Mas ele se agrava porque, com o fechamento do "Prosa", incorporado ao "Segundo Caderno", desaparece um último posto de resistência na imprensa do sudeste brasileiro. Os suplementos de literatura e pensamento já não existem mais. Um a um, foram condenados e derrotados pela cegueira e pela insensatez dos novos tempos. Comandado pela vigorosa Manya Millen, o "Prosa" resistia como um último lugar de luta contra a repetição e a dificuldade de pensar com independência. Isso, agora, também acabou.
Nosso mundo se define pelo achatamento e pela degola. No lugar do diálogo, predominam o ódio e o desejo de destruição. No lugar da tolerância, a intolerância e a rispidez, quando não a agressão gratuita. É o mundo do Um _ em que todos dizem as mesmas coisas, usando quase sempre as mesmas palavras. Um mundo em que a verdade, que todos ostentam, de fato agoniza. Nesse universo, a literatura se impõe como um reduto de resistência. A literatura é o lugar do diálogo, do múltiplo, da diferença. Não é porque gosto de Clarice que devo odiar Rosa. Não é porque amo Pessoa que devo desprezar Drummond. Ao contrário: na literatura (na arte) há lugar para todos.
Uma pena que o "Prosa" se acabe justamente em um momento em que nos sentimos espremidos por vozes que repetem, sempre, os mesmos ataques e as mesmas agressões. Nesse mundo de consensos nefastos e de clichês que encobertam a arrogância, nesse mundo de doloroso silêncio que se apresenta como gritaria, a literatura se torna um lugar cada vez mais precioso. Nela ainda é possível divergir. Nela ainda é possível trocar ideias com lealdade e dialogar com franqueza. Sabendo que o diálogo, em vez de sinal de fraqueza, é prova de força. Lá se vai o "Prosa" com tudo o que ele significou de luta e de aposta na criação.
A meus leitores, que me acompanharam lealmente durante mais de oito anos, só posso dizer obrigado. E dizer, ainda, que conservem a coragem porque a pluralidade e a liberdade vencerão o escândalo e a cegueira. Apesar de tudo o que se diz e de tudo o que se destrói, ainda acredito muito no Brasil. É com essa aposta não apenas no futuro, mas sobretudo no presente, que quero me despedir de minha coluna e encerrar esse blog. Aos leitores, fica a certeza de que certamente nos encontraremos em outros lugares. Nem a loucura do nazismo, com suas fogueiras de livros, conseguiu destruir a literatura. Não tenho dúvidas também: nesse mundo de estupidez e insolência, ela não só sobreviverá, como se tornará cada vez mais forte.

Fonte: Blog de Literatura

10 de setembro de 2015

O Guia Culinário do Falido

Na capa, os autores, à la carte
Você gosta de ir para cozinha preparar um bom prato?
Você é um gourmet?
Gosta daqueles programas de TV que dão receitas complicadas?
E receitas simples?
Tem algum livro de culinária ou visita sites específicos sobre o assunto?
Pelo menos, quando está com fome e não tem quem faça a comida e não dá para ir a um restaurante, você se arrisca a fazer um arroz com ovo?
Bem, passar fome você não pode, concorda?
E se não estiver com muita grana?
Seus problemas acabaram.
E, se você gosta de humor e quadrinhos, a coisa ficou melhor ainda.
É que está saindo este mês o livro "Guia Culinário do Falido (ou Faminto)", uma coletânea de HQs de cinco desenhistas e roteiristas brasileiros.
Não encontrarão nessas páginas receitas ao estilo Claude Troisgros, mas muita criatividade nas histórias e aquelas dicas óbvias que o leigo não se lembra na hora. Ou não sabe mesmo.

Com a palavra, os criadores (em entrevista à UOL):
- Segundo Leo Finocchi, foi coincidência o fato dos cinco autores terem optado por pratos pouco saudáveis e distantes do mundo da alta gastronomia. "O combinado era fazer uma receita, a que você quisesse, não importa como ela terminasse. Não tinha nada de junk food nas regras."
Lápis e ingredientes: receitas HQ

- "Quando combinamos que cada um desenharia poucas páginas, não dava muito para ser uma receita longa ou cansativa", explica Marília, responsável por quatro divertidas páginas sobre a produção de um hambúrguer artesanal.
- "Há muita honestidade na minha total incompetência na cozinha", revela a quadrinista Samanta Flôor. Ela é responsável pelas instruções de dois pratos: um vegetariano com inspirações na culinária indiana, à base de vegetais e temperos, e um singelo bolo de caneca. 
- "Fazer quadrinho dá um trabalho do cão. Se você não puder fazer quadrinho sobre absolutamente qualquer coisa maluca que te passe pela cabeça, é no mínimo uma perda de tempo", explica Fernanda Chiella em relação ao tema da HQ.

Estão curiosos com relação às receitas apresentadas? Que tal um "Brigadeiro Monstro" ou uma "coxinha inspirada em Mad Max: A Estrada da Fúria"? Hahaha...

Os cinco artistas participantes são Leo Finocchi, Marília Bruno, Felipe 5Horas, Fernanda Chiella e Samanta Flôor, todos com uma boa bagagem no cenário atual do HQ nacional.

Pelo menos um deles eu acompanho mais de perto. É o Leo Finocchi, que já publicou alguns ótimos livros e trabalha produzindo desenhos animados para o canal infantil Cartoon Networks. Por coincidência é filho de um grande amigo, que trabalha comigo há mais de 20 anos. Com certeza ele tem todos os motivos para se orgulhar do filho.

Eu já encomendei o meu exemplar (autografado). Não sei se vou me arriscar em todas as receitas (mesmo sendo práticas e baratas) mas sei que será uma leitura bem agradável e divertida.

Ah! Ia esquecendo: a publicação custa só dez pratas! Sobra grana para comprar os ingredientes! Pode comprar direto no site da editora (link a seguir).
Mamma Mia: uma receita italiana!
Texto de apresentação da obra (Editora Balão Editorial):
Preparar um prato rápido quando se está sozinho em casa ou para saciar a fome daqueles amigos que chegam sem avisar, utilizando apenas os ingredientes disponíveis na dispensa e na geladeira, pode não ser tão simples quanto parece.

Para ajudar nessa tarefa, a Balão Editorial reuniu cinco artistas e criou o Guia Culinário do Falido em Quadrinhos, que chega às livrarias em setembro. De forma bem humorada, Leo Finocchi, Marília Bruno, Samanta Flôor, Felipe 5Horas e Fernanda Chiella ensinam de forma didática como não preparar receitas práticas.

No cardápio, Macarrão Abandonado, Hambúrguer, Craca (aquela crosta que fica no fundo da frigideira) Vegetariana, Bolo de Caneca, Yakimeshi Surpresa, Brigadeiro de Panela Monstro, Mad Coxinha Fury Road (com requintes de deserto cinematográfico) e Molho Maravilhoso. Cada um no seu estilo, os cinco artistas atestam que, como cozinheiros, são ótimos quadrinhistas.

Mais uma vez, a Balão Editorial investe em novos talentos do quadrinho nacional para produzir uma obra única, e prova que, assim como a culinária, o humor é uma arte.

3 de setembro de 2015

Crise? Que Crise?

Nos últimos tempos tenho postado aqui temas mais políticos, deixando para o blog Impressões as crônicas mais leves, observadoras dos usos e costumes.
Esta semana havia mudado de ideia. Ia escolher para este espaço algo suave, musical, fora do ritmo negativiland que tem predominado em nossas grandes mídias.
Mas não deu. Nem vou tentar explicar. Apenas resolvi fazer um apanhado das negatividades diárias e comentar brevemente.
Respirem fundo.
- TV, Jornais e grande portais da Internet: ao que parece, só apostar em meia dúzia de assuntos negativos priorizando seus interesses é o que os move. Li (não nesses meios de comunicação), que centenas de jornalistas estão sendo demitidos. Caiu vertiginosamente a audiência e a credibilidade. Ao aumentar o tamanho da crise, acabam a tornando real e o monstro volta-se contra o seu criador.
- Crise econômica (1): culpam o governo e situam o Brasil em uma ilha, onde o resto do mundo vai muito bem, obrigado. Fato: a crise vem de 2008, by USA e atinge agora países que bancaram a economia para que o Tsunami não chegasse, como Brasil e China. Não dava para prever que o problema iria se estender por tanto tempo. Além disso o Brasil paga um preço pelo resgate da enorme dívida social de séculos que só este governo teve coragem de enfrentar: no ano passado nosso país foi retirado do vergonhoso, humilhante, "Mapa da Fome" da ONU. Isso foi pouco noticiado (aqui). Um dos maiores feitos sociais da história mundial recente. Sim, até pouco tempo tinha gente morrendo de fome no Brasil. Por incrível que pareça muitos não dão a mínima para isso. E odeiam ver pobre em Shopping ou aeroporto com passagem na mão.
- Crise econômica (2): para resolve-la, o governo não pode embarcar de olhos vendados no princípio "Angela Merkel". Há de se fazer um meio termo entre medidas de contenção de gastos, reaver dinheiro desviado (sobretudo em casos como da Operação Zelote, que envolvem números absurdos que podem chegar a R$ 20 bilhões) e criar impostos em cima de grandes fortunas e dos juros bancários.
- Crise política: uma aberração. Totalmente pré-fabricada em linhas de montagem. Simplesmente é do tipo: "que se dane o país e os trabalhadores, se eu conseguir reaver o poder". Fato: não existiu nos últimos 13 anos nenhum "Engavetador Geral da República". No mais, me recuso a comentar.
- Crise humanitária na Europa: esta semana a foto do menino morto na areia de uma praia abalou o mundo. Tal tragédia talvez sirva para que alguma coisa seja feita. Não são nem imigrantes, são refugiados. A Europa e os EUA tem sim responsabilidade, pelo que vem fazendo na África e Oriente Médio ao longo de séculos. Colhem o que plantaram. Semearam a guerra. Os frutos são esses. Acolham essas pessoas. Não são da África. São do Planeta Terra. E o Brasil pode dar exemplo, sinalizando que está disposto a receber (e cuidar) de parte desses irmãos que sofrem.
Com a palavra, a ONU.

Houve um tempo que se dizia que o Socialismo estava morto. Que o Capitalismo Neo-Liberal venceu e era a única forma viável de economia. Ganhou mas não levou: ou o "Clube do Bilhão" abre mão de um pouco de sua fortuna, ou não terá planeta onde gastar tanta grana.

Mas, para não dizer que não falei de flores (ou quase), o título e a ilustração que abre este post é a capa de um dos álbuns do excelente grupo inglês Supertramp. Achei apropriado.

A música abaixo - "The Logical Song" - é de outro disco da mesma banda, "Breakfast in America" (huummm) mas, de alguma forma, representa também o significado deste mundo em crise.



"(...) Mas então eles me mandaram embora
Para me ensinar como ser sensato
Lógico, responsável, prático
E eles me mostraram um mundo
Onde eu podia ser tão confiável
Clínico, intelectual, cínico."